Maputo, Moçambique – O governo moçambicano anunciou recentemente três linhas de financiamento, totalizando mais de US$ 250 milhões, para auxiliar empresas impactadas pela crise pós-eleitoral.
No entanto, os líderes empresariais alertam que, sem garantias concretas de segurança pública, o impacto desses recursos será limitado.
Para o setor privado, a maior preocupação não é apenas o acesso ao crédito, mas a criação de um ambiente estável que permita a retomada das atividades econômicas. Segundo a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), os dez dias de manifestações resultaram em perdas estimadas em US$ 45,5 milhões, afetando diretamente empresas de diversos setores.
Investidores Retraídos
Além das dificuldades enfrentadas pelas empresas locais, a incerteza política e a instabilidade nas ruas afastam investidores estrangeiros. Os financiadores condicionaram novos transportes à restauração da ordem pública, temendo que novos episódios de violência comprometessem seus investimentos.
Agostinho Vuma, presidente da CTA, destacou que a segurança é um factor essencial para a recuperação económica:
“Sem um ambiente seguro, qualquer iniciativa de financiamento terá um efeito limitado. As empresas precisam operar sem risco de destruição de seus bens ou interrupção das atividades”, afirmou.
Chamado à Ação
Diante da situação, os empresários pedem medidas urgentes para garantir a segurança, evitando novos prejuízos ao setor produtivo. A instabilidade prolongada pode levar à desaceleração do crescimento econômico, aumento do desemprego e retração de investimentos, aprofundando ainda mais a crise.
O governo, por sua vez, reforçou o compromisso de estabilizar a situação e encerrar a recuperação das empresas afetadas, mas desafiou o desafio de restaurar a confiança do mercado diante das incertezas que ainda persistem.